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domingo, 26 de outubro de 2014

FUNDAÇÃO DE SALVADOR





  Ao ser fundada, Salvador recebe o nome de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, grafia do português arcaico, em homenagem a Jesus Cristo o Salvador no cristianismo, feito pelos colonizadores católicos do Império. Os seus habitantes são chamados de soteropolitanos, gentílico criado a partir da tradução do nome da cidade para o grego: Soterópolis, ou seja, "cidade do Salvador". A cidade foi fundada por ordem do rei dom João III de Portugal, tendo como principal objetivo criar a primeira metrópole portuguesa na América.Sua escolha, também, foi determinada pela posição estratégica que a Baía de Todos os Santos representava para os navegadores portugueses, já que por ali escoava a maior parte do pau-brasil extraído.

Rei Dom João III

  Sua data de fundação se deu em 1549, exatamente em 29 de maio, quando Tomé de Sousa,após chegar ao Brasil, junto com centenas de colonos vindos com ele, e mais a ajuda de nativos amigos de Diogo Álvares Correia, conhecido como o Caramuru, que na verdade era um náufrago português que viveu 22 anos isolado com os tupinambás, começaram a construir a cidade. Nesse período ocorreram alguns problemas que entre eles o que mas se destacou foi a resistência do povo local ao primeiro governador-geral,o Tomé de Sousa, mas segundo a historia, com um tempo foi superado esses problemas. Depois disto, o governo foi se desenvolvendo dando espaço para que ocorresse algumas realizações, destacando-se os incentivos à lavoura da cana-de-açúcar, o início da criação de gado e a organização de expedições que saíam pelas matas à procura de metais preciosos. Salvador tornou-se, então, um porto de apoio às navegações para o Oriente e também porto exportador de açúcar, já que a cana-de-açúcar era cultivada no Recôncavo Baiano e na Zona da Mata do Nordeste. Nesse inicio da cidade é importante destacar que Salvador uma grande metrópole comercial pois sua localização privilegiada proporcionava que diversas embarcações de varias partes do mundo passassem por aqui, aumentando cada vez mais o comercio local.
  Então, assim foi fundada oficialmente a cidade de Cidade do São Salvador da Baía de Todos os Santos, que neste período desempenhou um papel estratégico na defesa e expansão do domínio lusitano entre os séculos XVI e XVIII, sendo a capital do Brasil de 1549 a 1763.


Tomé de Sousa

   A suburbana teve uma grande participação nesse começo de Salvador, principalmente por está localizada as margens da baía de todos os santos, sendo passagem de varias embarcações que vinham de vários lugares do mundo. A linha do trem da antiga Leste (Viação Ferroviária Leste Brasileiro), inaugurada em 1860, fez com que as pessoas conhecessem melhor esta linda parte de Salvador. Até 1970 o local era formado por lugarejos, comunidades tradicionais de pescadores e veranistas que aproveitavam a pesca farta e as belezas das praias e enseadas banhadas pelas águas calmas da Baía de Todos os Santos. Atualmente, e após a ocupação de 1970 e 1980, o Subúrbio Ferroviário se vê ocupado em sua grande maioria por moradores das classes populares. 
  
   O bairro de Periperi, que está localizado entre os bairros de Coutos e Praia Grande no Subúrbio Ferroviário, é também um dos bairros mais antigos de Salvador e pode até ser considerado como um símbolo do Subúrbio. Até a década de 1960, a região era frequentada por veranistas que buscavam um refúgio pacato para descansar. Seu nome é de origem indígena, procede do termo TUPI piripiri (ou piripirim), que está associado à multiplicação da planta junco em planície alagada. Há registro que índios tupinambás habitavam a região a no inicio do seculo XIX. Periperi está situado no Subúrbio Ferroviário (Zona Norte), faz divisas com os bairros de Praia Grande (Sul), Coutos (Norte), Fazenda Coutos (Nordeste), Rio Sena (Sudeste). Durante o século XX, Periperi foi conhecido por ser uma importante estância para veraneio e moradia para aposentados, que se recolhiam para descansar à beira do mar, após anos de serviço. O bairro era antigamente uma Fazenda, que pertencia ao Coronel Frederico Costa, na verdade, não se sabe se realmente o homem era coronel mesmo, ou apenas tinha recebido o título à base do costume naquela época de se chamar de “coronel” os senhores donos de terra. As terras do Coronel Frederico Costa, mais tarde vieram a pertencer à família Visco. Na década de 50 este senhor e seu genro, Almáquio Vasconcelos, começaram a construir casas em seus espaços. O rendimento de sua venda e aluguel seria maior que os da fazenda. Periperi começou verdadeiramente a se desenvolver como um bairro quando iniciou a construção da Estrada de ferro ao São Francisco, sendo instalada varias oficinas que ajudavam na construção da ferrovia que foi inaugurada em 1860, como citamos acima, cujo primeiro trecho ligava Calçada à Base Naval de Aratu. Periperi era uma região de veraneio para a população de classe alta. Vinham pessoas de toda a cidade, de todo estado, de todo país e do mundo, aproveitar a suas riquezas naturais. O desenvolvimento de Periperi como bairro residencial aconteceu através dos operários da Viação Férrea Leste Brasileira. Para a instalação deles foram edificadas aproximadamente 20 casas, algumas já modificadas, mas muitas ainda permanecem com a mesma estrutura. A cultura deste bairro encontra-se retratada na literatura de Jorge Amado (1912-2001) em algumas obras: "O capitão de longo curso", "Baía de Todos os Santos" e “Os velhos marinheiros” (1961). É possível chegar a Periperi através da Avenida Suburbana, pela BR 324 ou de trem, desfrutando de uma belíssima paisagem do Subúrbio e da Baía de Todos os Santos.

As antigas oficinas de Periperi em 1861


O bairro de Periperi, a partir da construção da ferrovia, passou a desenvolver-se atrás da Paróquia Nossa Senhora da Conceição.
     
  
Sobre a Rua da Fortuna, em Periperi, posso dizer que é predominantemente residencial com 92,50% endereços residenciais, com mais de 70 domicílios, a Rua da Fortuna caracteriza-se por 72,86% de domicílios constituídos de casas, sobrados ou similares e 27,14% de edifícios de apartamentos ou conjuntos residenciais com vários domicílios de famílias distintas.







       

13 comentários:

Celeste Menezes disse...

Priscila,descrevendo os bairros do Subúrbio me fez lembra os tempos que morei por lá, no final da década de 70.
Foi muito bom o tempo que passei por lá.Pela manhã eu pegava o trem que passava na frente da minha casa, ia para o colégio Duque de Caxias na Liberdade. Engraçado, minhas colegas diziam que eu morava n o interior. Eu não ligava não. Eu morava no subúrbio de Coutos, voltava às 13 horas também de trem, trocava de roupa (usava farda do 2º grau),
almoçava, pegava meu sobrinho de 2 anos e ia passar a tarde na praia de Coutos. Era uma maravilha. Ficava lá até às 16horas depois ia pra casa estudar pra aula do dia seguinte. Oh tempo bom! Dois anos depois, minha família foi morar em Paripe, outra maravilha, aí conheci a praia de São Tomé, a praia de Tubarão...mais dois anos depois fomos morar em Itacaranha. Praia aí ficou difícil, porque fomos morar no lado oposto da praia, na parte alta de Itacaranha.
Quando queríamos ir à praia descíamos uma ladeira imensa, era no Alto da Teresinha, longe do trem e longe da praia, mas eu gostava. Era como as colegas falavam, que eu morava no interior e assim, eu me sentia...feliz, como se estivesse numa cidade do interior. Adorei seu blog por me trazer essas lembranças.

HISTÓRIAS DA PENÍNSULA ITAPAGIPANA disse...

E muito bom ter esse conhecimento da história do bairro.Priscila quando você descreve a história demostra toda riqueza do seu bairro.Ele foi importante na construção da nossa história!Deu até vontade de ir lá na Rua da Fortuna comer um feijão na sua casa.

Unknown disse...

É interessante observar a riqueza que o nosso bairro traz! Confesso nunca ter ido a periperi, conheci um pouco por meio do seu blog!

Unknown disse...

Muito boa historia sobre a suburbana, e o bairro de Periperi.Morei lá no início da minha adolescência e muitas coisas marcaram a minha vida neste lugar.Já havia morado em Plataforma quando pequena,mas, o mais marcante foi Periperi rua da fortuna.Tenho vontade de passar por lá um dia e rever o lugar onde comecei a ver a vida de outra maneira. Rever amigos que ainda moram por lá,rever escola,igreja,a Praça da Revolução.Saudades

Anônimo disse...

Muito boa essa iniciativa de revela coisas sobre nossa cidade que não sabíamos, porém gostaria muito de saber como se deu o nome e como surgiu a cidade alta e baixa?

Priscila disse...

Olá! Boa tarde, agradeço a todos pelas postagens! Fico feliz em ter contribuído para acrescentar um pouco mais no conhecimento de vocês em relação a conhecer a bela historia da nossa linda cidade de Salvador.

Priscila disse...

Olá,

Anônimo, obrigada por ter gostado do conteúdo histórico postado no blog! Em relação a sua pergunta, essas informações estão contidas logo no inicio do texto onde diz que,ao ser fundada, Salvador recebe o nome de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, isso é uma grafia do português arcaico, em homenagem a Jesus Cristo o Salvador no cristianismo, e que foi feito pelos colonizadores católicos do Império.

Priscila disse...

Resposta para Anônimo,

Segundo a historia o motivo de Salvador desenvolve-se em dois níveis distintos, sendo designado por cidade Alta e Baixa foi porque a chamada Cidade Baixa, localizava-se na estreita planície litorânea, e já a Cidade Alta, localizada no platô que se ergue em escarpa abrupta, a sessenta metros do porto. A Cidade Baixa é núcleo das atividades portuárias e comerciais, sobretudo do setor atacadista. Na Cidade Alta os bairros residenciais contornam o centro histórico, que se caracteriza pelo comércio varejista. Essa área da cidade foi a que mais se modernizou e onde se localizam os prédios da administração pública, embora se conservem casarões, sobrados, igrejas e palácios característicos da cidade antiga. Os dois níveis estão ligados pelo elevador Lacerda, um marco da cidade, em funcionamento desde 1873, e pelo plano inclinado de Gonçalves, também servido por elevador e construído numa rampa de montanha aberta pelos jesuítas no século XVII.

Unknown disse...

Parabéns, vc trás de forma clara toda a beleza e importância do seu bairro.

Unknown disse...

Pri, parabéns pelo blog! A realidade do subúrbio ferroviário é instigante. Já passei muitas férias na casa de um tio que mora no Mirante. Sempre passava em frente a igreja de Nossa Senhora da Conceição e gostei de saber que após a expansão ferroviária o bairro passou a se desenvolver atrás da referida igreja.

jamile14 disse...

Conheço o significado do nome Paripe, mas não conhecia o significado do termo Periperi. Graças a seu blog agora já sei que, o nome desse bairro é de origem indígena, procede do termo TUPI piripiri (ou piripirim), que está associado à multiplicação da planta junco em planície alagada. Como moradora do subúrbio é muito bom conhecer a história dos bairros que compõem essa vasta região.

Unknown disse...

Continue com o empenho do seu blog.
O conhecimento é algo que devemos partilhar, algo que ninguém nos tira.
Abraços!

Ogvalda disse...

Priscila, voc^reside em Periperi, atualmente? Estava procurando esclarecer a razão de a primeira Igreja católica de Periperi ter sido chamada "se São Domingos", pois sei que é dediacada a Nossa Senhora da Conceição dos Artistas" por causa dos operários da "Leste", como era chamada a ferrovia, que trabalhavam na oficina de Periperi. Foi quando encontrei seu trabalho. Sou profissional da saúde, trabalhei cinco décadas em Periperi e residi lá muitos anos. Minha tese de Doutorado foi sôbre Periperi, e agora, com a responsabilidade de transformar o conetúdo em livro que deverei lançar este ano, busco algumas informações.
Parabens por seu trabalho.
Um abraço.
Ogvalda