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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Periperi: a cidade do subúrbio






Entrevista com a Senhora M.C.V., 67 anos, moradora por cerca de 30 anos.

A senhora M.C.V. ao ser entrevistada sobre o Periperi nos conta que quando chegou ao bairro o local era muito cheio de arvores e mato, não tinha tantas casas como atualmente tem, as pessoas eram mas pacatas e ficavam nas portas de suas casas conversando tranquilamente ao final da tarde, ela conta que nessa época ainda não tinha as rodovias, e a locomoção era feita somente através do trem ou de carroças que ainda passavam por ali. Quanto ao bairro ser antigas fazenda ela diz que não sabia, mas depois do relato histórico sobre o bairro ela pode associar o porque das tantas arvores de frutas diversas que existia no local logo quando foi morar em Periperi.  
A senhora M.C.V. diz que sabia sobre a relação entre o nome Periperi com alguma coisa indígena,mais não tinha ideia que os antigos moradores eram os índios. Conta que ficou muito feliz em descobrir essas novas informações, que para ela até então eram novas (risos), a senhora conta que ficou muito animada com a iniciativa que tivemos em pesquisar sobre um bairro, que ela chama de "tão original".  
Durante a conversa relatei que segundo a historia Periperi era uma região de veraneio para a população de classe alta, e então perguntei se ela recordava como se caracterizava a população quando ela  foi mora no bairro entre as décadas de 70 / 80 e ela, muito agradável, me respondeu dizendo que quando foi morar em Periperi ela  percebia uma população mista, predominantemente de pessoas simples, mas humilde. Ela ainda conta que as opções de diversões estavam restritas a Praça da Revolução, unica praça existente no local na época, tempos depois foi inaugurada a praça do Sol, ela conta ainda que aos finais de semana gostava de ir a igrejinha que esta localizada até hoje na avenida principal, essa então era as opções de lazer naquela época.   
Após essa agradavel entrevista em forma de conversa, percebi o quanto é importante difundir o maximo possivel do conhecimento historico, não só nas escolas, mas além delas, considerando o que diz Constituição Federal:

 "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa..." 

Portanto pretendo dar continuidade a este blog disponibilzando informações sobre nossa cidade, nosso estado e nosso Brasil, trazendo questões culturais, curiosidades e deixando aberto sempre para questionamentos e duvidas possiveis que todos os interessados queram tirar.    

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Curiosidades

  • Salvador foi a primeira capital do Brasil, fundada em 1549. Até 1763 foi moradia dos imperadores e sua corte real.

  • Quem nasce em Salvador é chamado de Soteropolitano. Um estranho nome de origem grega "soteros" (salvador) e "polis" (cidade).

ENQUETE
  1. O que mais você desejaria saber sobre SALVADOR?
  2. Você já conhecia o bairro de Periperi, na suburbana? Sua historia? E a grande importância da suburbana para o desenvolvimento de Salvador? 
  3. Deixe aqui sua sugestão, opinião ou duvidas. 

domingo, 26 de outubro de 2014

FUNDAÇÃO DE SALVADOR





  Ao ser fundada, Salvador recebe o nome de São Salvador da Bahia de Todos os Santos, grafia do português arcaico, em homenagem a Jesus Cristo o Salvador no cristianismo, feito pelos colonizadores católicos do Império. Os seus habitantes são chamados de soteropolitanos, gentílico criado a partir da tradução do nome da cidade para o grego: Soterópolis, ou seja, "cidade do Salvador". A cidade foi fundada por ordem do rei dom João III de Portugal, tendo como principal objetivo criar a primeira metrópole portuguesa na América.Sua escolha, também, foi determinada pela posição estratégica que a Baía de Todos os Santos representava para os navegadores portugueses, já que por ali escoava a maior parte do pau-brasil extraído.

Rei Dom João III

  Sua data de fundação se deu em 1549, exatamente em 29 de maio, quando Tomé de Sousa,após chegar ao Brasil, junto com centenas de colonos vindos com ele, e mais a ajuda de nativos amigos de Diogo Álvares Correia, conhecido como o Caramuru, que na verdade era um náufrago português que viveu 22 anos isolado com os tupinambás, começaram a construir a cidade. Nesse período ocorreram alguns problemas que entre eles o que mas se destacou foi a resistência do povo local ao primeiro governador-geral,o Tomé de Sousa, mas segundo a historia, com um tempo foi superado esses problemas. Depois disto, o governo foi se desenvolvendo dando espaço para que ocorresse algumas realizações, destacando-se os incentivos à lavoura da cana-de-açúcar, o início da criação de gado e a organização de expedições que saíam pelas matas à procura de metais preciosos. Salvador tornou-se, então, um porto de apoio às navegações para o Oriente e também porto exportador de açúcar, já que a cana-de-açúcar era cultivada no Recôncavo Baiano e na Zona da Mata do Nordeste. Nesse inicio da cidade é importante destacar que Salvador uma grande metrópole comercial pois sua localização privilegiada proporcionava que diversas embarcações de varias partes do mundo passassem por aqui, aumentando cada vez mais o comercio local.
  Então, assim foi fundada oficialmente a cidade de Cidade do São Salvador da Baía de Todos os Santos, que neste período desempenhou um papel estratégico na defesa e expansão do domínio lusitano entre os séculos XVI e XVIII, sendo a capital do Brasil de 1549 a 1763.


Tomé de Sousa

   A suburbana teve uma grande participação nesse começo de Salvador, principalmente por está localizada as margens da baía de todos os santos, sendo passagem de varias embarcações que vinham de vários lugares do mundo. A linha do trem da antiga Leste (Viação Ferroviária Leste Brasileiro), inaugurada em 1860, fez com que as pessoas conhecessem melhor esta linda parte de Salvador. Até 1970 o local era formado por lugarejos, comunidades tradicionais de pescadores e veranistas que aproveitavam a pesca farta e as belezas das praias e enseadas banhadas pelas águas calmas da Baía de Todos os Santos. Atualmente, e após a ocupação de 1970 e 1980, o Subúrbio Ferroviário se vê ocupado em sua grande maioria por moradores das classes populares. 
  
   O bairro de Periperi, que está localizado entre os bairros de Coutos e Praia Grande no Subúrbio Ferroviário, é também um dos bairros mais antigos de Salvador e pode até ser considerado como um símbolo do Subúrbio. Até a década de 1960, a região era frequentada por veranistas que buscavam um refúgio pacato para descansar. Seu nome é de origem indígena, procede do termo TUPI piripiri (ou piripirim), que está associado à multiplicação da planta junco em planície alagada. Há registro que índios tupinambás habitavam a região a no inicio do seculo XIX. Periperi está situado no Subúrbio Ferroviário (Zona Norte), faz divisas com os bairros de Praia Grande (Sul), Coutos (Norte), Fazenda Coutos (Nordeste), Rio Sena (Sudeste). Durante o século XX, Periperi foi conhecido por ser uma importante estância para veraneio e moradia para aposentados, que se recolhiam para descansar à beira do mar, após anos de serviço. O bairro era antigamente uma Fazenda, que pertencia ao Coronel Frederico Costa, na verdade, não se sabe se realmente o homem era coronel mesmo, ou apenas tinha recebido o título à base do costume naquela época de se chamar de “coronel” os senhores donos de terra. As terras do Coronel Frederico Costa, mais tarde vieram a pertencer à família Visco. Na década de 50 este senhor e seu genro, Almáquio Vasconcelos, começaram a construir casas em seus espaços. O rendimento de sua venda e aluguel seria maior que os da fazenda. Periperi começou verdadeiramente a se desenvolver como um bairro quando iniciou a construção da Estrada de ferro ao São Francisco, sendo instalada varias oficinas que ajudavam na construção da ferrovia que foi inaugurada em 1860, como citamos acima, cujo primeiro trecho ligava Calçada à Base Naval de Aratu. Periperi era uma região de veraneio para a população de classe alta. Vinham pessoas de toda a cidade, de todo estado, de todo país e do mundo, aproveitar a suas riquezas naturais. O desenvolvimento de Periperi como bairro residencial aconteceu através dos operários da Viação Férrea Leste Brasileira. Para a instalação deles foram edificadas aproximadamente 20 casas, algumas já modificadas, mas muitas ainda permanecem com a mesma estrutura. A cultura deste bairro encontra-se retratada na literatura de Jorge Amado (1912-2001) em algumas obras: "O capitão de longo curso", "Baía de Todos os Santos" e “Os velhos marinheiros” (1961). É possível chegar a Periperi através da Avenida Suburbana, pela BR 324 ou de trem, desfrutando de uma belíssima paisagem do Subúrbio e da Baía de Todos os Santos.

As antigas oficinas de Periperi em 1861


O bairro de Periperi, a partir da construção da ferrovia, passou a desenvolver-se atrás da Paróquia Nossa Senhora da Conceição.
     
  
Sobre a Rua da Fortuna, em Periperi, posso dizer que é predominantemente residencial com 92,50% endereços residenciais, com mais de 70 domicílios, a Rua da Fortuna caracteriza-se por 72,86% de domicílios constituídos de casas, sobrados ou similares e 27,14% de edifícios de apartamentos ou conjuntos residenciais com vários domicílios de famílias distintas.